O GALO Ricardo França de Gusmão 25.12.2016
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O mundo não existe sob a ótica do um mais um igual a dois.
Habitamos a dissonância.
Se garimparmos a sonoplastia do nosso estar nesse habitar seremos incomunicabilidade e guerra seja para beber um copo de água, seja para cheirar as flores seja para beijar o beijo decifrado.
Tudo há de certo ser cerne de carne catalogada
A arrogância está no drible do desvio aquém do desvario do que se espera espécie vivíparo de uma caverna recém descoberta, pedra de Roseta de individuais civilizações passadas, gritos de filhos inexistentes
E tudo é calabouço árvore de Natal inanimada sem sulco, oxigênio, fruto sem nada
Feitiço ao passo que nos subordinamos à ela em nosso mundo matemático de formosura e acreditamento. Quando somos mais somos menos
Do que essa cachorrada que late na madrugada dos morcegos que me sobrevoam escarlate
Trezentos e sessenta graus sem pessoas ou sem pessoas que deveriam habitar nas pessoas em forma de gente
Não. Conjunto vazio no cio do silo. Freio frente ao flagelo circunspecto ante às cobras da intersecção.
O dia amanhece e os cachorros latem. Ainda não há canto de pássaros, mas um galo estridente berra pensando ser o presidente dos terreiros do mundo.
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